Rápida visita à fase final do Campeonato Paulista de 1992… Muitos craques, inovações táticas e revelações como, por exemplo, o futuro melhor do mundo, Rivaldo.
A fase decisiva tinha 8 equipes. Divididas em dois grupos de 4, os clubes se enfrentavam em jogos de ida e volta dentro de seus respectivos grupos e quem somasse mais pontos estava na final.
No Grupo II o São Paulo, que tinha acabado de conquistar a Libertadores pela primeira vez, desfilava seu bom futebol e facilmente deixou para trás a Portuguesa, a Ponte Preta e o Santos e chegou a final.
Agora o que mais chama atenção é o Grupo I…
Rivaldo, Válber, Leto e o carrossel caipira no Mogi-Mirim do treinador Vadão, que livrava o país do trauma de utilizar o 3-5-2, após o desastre da tentativa de jogar assim na Copa de 90. Edilson, das embaixadinhas, o talentoso Edu Lima em grande fase e o jovem Luizão, ainda reserva, no Guarani. O Corinthians com boa parte da emblemática equipe campeã brasileira de 1990, o goleiro Ronaldo, Giba, Marcelo, Wilson Mano, Ezequiel, Neto, Tupãzinho, Fabinho e o futuro tetra campeão Paulo Sérgio ainda estavam lá, da seleção de 94 o alvinegro contava também com Viola. Junte a esses 3 times o Palmeiras com seu primeiro ano de parceria com a Parmalat. Em campo, com a nova camisa listrada do alviverde, estavam Mazinho e Zinho, que seriam titulares do tetra campeonato da seleção em 94, mais César Sampaio, o craque Evair e o futuro treinador, mas ainda jogando, Cuca.
Se fizermos uma seleção apenas com os 4 clubes descritos acima teríamos uma equipe mais forte que atual. Mas isso é papo pra outra hora…
Não vou descrever jogo por jogo daquela fase final. Mas alguns foram emblemáticos. Destaco 2 partidas. Palmeiras e Corinthians logo na primeira rodada com uma das maiores chuvas da história do clássico. Evair deu a vitória aos palmeirenses com um golaço de falta no final do jogo. E o outro é Guarani 5 a 2 pra cima do Palmeiras Parmalat, com direito a pênalti perdido pela equipe de Campinas. No final o Palmeiras garantiu a vaga para a decisão. Classificado na última rodada, mesmo perdendo para o Corinthians.
Na final o São Paulo não deixou chance para o Palmeiras, que precisou esperar mais um ano pra sair do jejum de títulos. Em duas semanas o tricolor foi campeão mundial e paulista (naquele ano o estadual foi disputado no segundo semestre). E vale destacar que o São Paulo foi campeão mundial jogando de igual pra igual com os europeus do Barcelona e não com um grande goleiro e mais 10 homens com espadas e escudos plantados na frente da área para não perder de muito e tentar heroicamente um contra-ataque certeiro. Quem se lembra das finais dos mundiais de 2006 e 2010 vai saber do que estou falando.
Para entender um pouco melhor a forma criativa de jogar do Mogi-Mirim daquela temporada indico o documentário abaixo “Carrossel caipira: o fenômeno tático do interior”.
Aqui o gol do Evair contra o Corinthians, narração incrível de José Silvério (que no dia escutei ao lado do meu vô no rádio dele e não ficamos nada felizes nessa hora…)
E por último a goleada do Guarani pra cima do Palmeiras.